27/12/2014

Aposentadoria segundo Ari Antonio Guindani

Em 11 de dezembro de 1972, cheguei aqui em Fraiburgo com o objetivo de estudar técnico agrícola. Por influência do saudoso Pe. Biagio Simoneti e de alguns professores da época, acabei me formando técnico em contabilidade.       Estudava à noite e para me sustentar naquele início de jornada, durante o dia, exercia a atividade de servente de pedreiro. Aquela experiência como trabalhador braçal, me mostrou que pelo meu biotipo franzino, eu não aguentaria aquelas tarefas e que aquilo não era para mim. Pela primeira vez na minha vida, e ainda criança, tive que tomar uma decisão sozinho.    Assim procurei emprego num escritório onde o ambiente seria mais propício ao meu biotipo. Foi assim, que em março de 1973, conheci o Dr. Flávio José Martins, na época Diretor-Presidente de uma grande empresa de nossa cidade. Foi ele que me deu a primeira oportunidade de trabalho. Isso mudaria para sempre a minha vida.   Desde então não saí mais de dentro do escritório. Me formei Técnico em Contabilidade e daí em diante exerci as atividades de Contador, Professor, Auditor, Consultor e Empresário. Fui por diversos anos secretário municipal de administração e finanças de nosso município, cargo que me orgulha muito e que me deu a grande experiência profissional que me proporcionou obter o conhecimento técnico da administração pública do nosso país.  Foram 42 anos de trabalho intenso e bem sucedido.  
Neste mês de dezembro de 2014 (dezembro de novo na minha vida), as coisas estão um pouco diferentes para mim.  Em 20/11/2014 - data especial para mim e para a minha esposa pois comemoramos aniversário de casamento - dei entrada em meu processo de aposentadoria e para a minha surpresa ele teve um desfecho fulminante e já em 03/12/2014 recebi a resposta: APOSENTADO.   Assustei-me. As pessoas buscam esse dia intensamente e trabalham uma vida inteira para isso acontecer. Quando chega o grande dia, deveríamos soltar foguetes e estourar chapagne, mas "a ordem para parar de ir trabalhar no escritório", não é facilmente assimilada. Meu cérebro não aceita. Acordar pela manhã e se preparar para ir ao trabalho é tão natural que, quando procuro a chave do escritório e não a encontro, lembro que eu a devolvi e que eu não preciso mais ir lá. Fica um vazio que perdura o dia todo. A ideia de abandono, imprestabilidade e inutilidade não sai da cabeça.
  
E agora? Não sei a resposta ainda.

Neste momento único e de transição por que venho passando, eu não poderia deixar de fazer um agradecimento todo especial e carinhoso à Senhora ALDANI DA ROCHA FREY e aos seus filhos. Esta empresária me estendeu a mão no momento mais difícil de toda a minha vida e esta atitude me reergueu. D. Aldani: de tudo e por tudo digo-lhe do fundo de meu coração “MUITO OBRIGADO”.   Também preciso dizer muito obrigado a todas as pessoas que me ajudaram até aqui.   Para a minha velhice, pretendo atuar como corretor de imóveis, atividade que aprendi a gostar e que é extraordinária. Talvez ela não vai me deixar ficar dentro do escritório. Vamos esperar para ver.


Um Abraço a todos e boas festas