São inúmeros os
exemplos que temos de mandatários que permanecem no poder apesar de exercerem
governos sem programa, bem como administrações medíocres e sem realizações
relevantes. Isso demonstra o quão frágil é a percepção do processo político
pela coletividade. Os políticos na busca da perpetuação no poder, apostam na
sublimação do personalismo, na pirotecnia, na comédia, na camuflagem dos
problemas, e especialmente, no comodismo de todos os que aprovam sem
questionamentos as mais descabidas proposições, os que não se importam em ter o
melhor conquanto não sejam incomodados.
Muitas vezes, alguns políticos se apoiam mesmo em sequazes (capangas),
usando o prestígio político e o poder para confrontar a lei e aliciar,
subornar, oprimir e humilhar. Os necessitados submetem-se a esses métodos,
contrariando as suas consciências de pessoas dignas, com receio de perder o
emprego, o serviço e o fornecimento para a prefeitura. A possibilidade de reeleição “ad infinitum”
torna os dirigentes permanentes frequentadores de palanque com discursos vazios
eleitoreiros de promessas futuras por quem está no exercício do poder, clara
evidência da distorção do deixar o trabalho do mandato presente em função da
conquista eleitoral de uma próxima gestão. Essa prática do continuísmo direto
ou indireto, ao se eleger políticos comprometidos e da confiança do gestor
público em exercício, é alvo de muitas denúncias, como por exemplo, corrupção
eleitoral, desvios de verbas, licitações viciadas, favorecimentos e outras
imputações de improbidades afins. Devido
o grande poder atribuído ao presidente no Brasil, principalmente pelo sistema
presidencialista centralizador, o princípio da alternância na ocupação do cargo
é extremamente saudável para a manutenção dos princípios democráticos,
garantindo nossa vitória que é a conquista da democracia. Cabe ao presidente da
república mais do que a qualquer outro membro dos três poderes, ditar os rumos
políticos e econômicos, editar e sancionar as medidas que visam o
desenvolvimento do país. Assim, contra
possíveis desmandos de um líder que esteja confortável na sua condição de
líder, é sempre saudável que a população levante de tempos em tempos, a questão
da alternância de poder. Nunca vivenciei um reeleito que fizesse uma segunda
administração melhor que a primeira.