17/05/2015

A consequência da falta de renovação de poder

São inúmeros os exemplos que temos de mandatários que permanecem no poder apesar de exercerem governos sem programa, bem como administrações medíocres e sem realizações relevantes. Isso demonstra o quão frágil é a percepção do processo político pela coletividade. Os políticos na busca da perpetuação no poder, apostam na sublimação do personalismo, na pirotecnia, na comédia, na camuflagem dos problemas, e especialmente, no comodismo de todos os que aprovam sem questionamentos as mais descabidas proposições, os que não se importam em ter o melhor conquanto não sejam incomodados.   Muitas vezes, alguns políticos se apoiam mesmo em sequazes (capangas), usando o prestígio político e o poder para confrontar a lei e aliciar, subornar, oprimir e humilhar. Os necessitados submetem-se a esses métodos, contrariando as suas consciências de pessoas dignas, com receio de perder o emprego, o serviço e o fornecimento para a prefeitura.  A possibilidade de reeleição “ad infinitum” torna os dirigentes permanentes frequentadores de palanque com discursos vazios eleitoreiros de promessas futuras por quem está no exercício do poder, clara evidência da distorção do deixar o trabalho do mandato presente em função da conquista eleitoral de uma próxima gestão. Essa prática do continuísmo direto ou indireto, ao se eleger políticos comprometidos e da confiança do gestor público em exercício, é alvo de muitas denúncias, como por exemplo, corrupção eleitoral, desvios de verbas, licitações viciadas, favorecimentos e outras imputações de improbidades afins.   Devido o grande poder atribuído ao presidente no Brasil, principalmente pelo sistema presidencialista centralizador, o princípio da alternância na ocupação do cargo é extremamente saudável para a manutenção dos princípios democráticos, garantindo nossa vitória que é a conquista da democracia. Cabe ao presidente da república mais do que a qualquer outro membro dos três poderes, ditar os rumos políticos e econômicos, editar e sancionar as medidas que visam o desenvolvimento do país.  Assim, contra possíveis desmandos de um líder que esteja confortável na sua condição de líder, é sempre saudável que a população levante de tempos em tempos, a questão da alternância de poder. Nunca vivenciei um reeleito que fizesse uma segunda administração melhor que a primeira.