As chuvas que
assolam Santa Catarina causam estragos também ao setor agropecuário.
A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e o Centro de
Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri) já calculam os
prejuízos, principalmente nas safrinhas de feijão e milho, que
estão em fase final de colheita. O relatório preliminar foi
divulgado na quarta-feira (7) e seguirá com atualizações
constantes.
O impacto maior do
excesso de chuvas no setor agropecuário será sentido pelos
produtores de feijão e milho. Apesar de boa parte da 2ª safra já
ter sido colhida, as perdas nas áreas remanescentes podem chegar a
100%. As regiões mais atingidas foram a Oeste e Extremo Oeste,
lembrando que na região de Rio do Sul ainda não foi possível
realizar levantamento de perdas agrícolas.
O relatório
preliminar de eventuais perdas no setor agropecuário em Santa
Catarina utilizou dados levantados pelas gerências regionais da
Epagri e por técnicos da Epagri/Cepa nas regiões mais afetadas do
estado.
Oeste Catarinense
Somadas as
microrregiões de Chapecó, Concórdia, Xanxerê e Chapecó, são 71
municípios com 11,8 mil hectares plantados de feijão. E a produção
da safrinha era esperada em 22,2 mil toneladas.
Segundo informações
obtidas com técnicos e produtores dos municípios afetados, falta
colher seis mil hectares de feijão e as perdas são estimadas em 50%
da produção, ou seja, cinco mil toneladas que poderão ser
perdidas.
Na produção de
leite ainda não há registro de perdas. As coletas estão sendo
executadas, mesmo com dificuldade devido às estradas danificadas.
Meio Oeste
Na região de
Joaçaba os maiores prejuízos são na atividade leiteira. A redução
na produção já gira em torno de 10%. Além disso, os técnicos da
Epagri descrevem o atraso tanto no plantio de alho quanto no término
da colheita de milho.
Sul Catarinense
Os danos também são
sentidos nas lavouras de feijão e, principalmente, nas hortaliças.
A região de Criciúma já contabiliza perdas de aproximadamente 35%
nas plantações de hortaliças e a safrinha de feijão pode ter 30%
da produção comprometida.
A colheita de feijão
esperada nas regiões de Tubarão, Criciúma e Araranguá era de seis
mil toneladas, das quais 1,5 mil toneladas podem ser perdidas ou se
forem colhidas o grão pode não ter qualidade comercial.
Na pecuária de
leite, as perdas giram em torno de 20% em decorrência das pastagens
de inverno que não se desenvolvem plenamente.
Planalto Norte
Na região de
Canoinhas, os principais problemas estão na atividade leiteira. A
captação de leite continua a ser feita por acessos alternativos,
por causa das estradas interditadas, porém as pastagens estão sendo
danificadas pelo excesso de chuvas.
No município de
Ireneópolis, onde o plantio de cebola é realizado sob o sistema de
plantio direto, poderá ocorrer replantio de algumas áreas devido às
enxurradas.
Extremo Oeste
Na região de São
Miguel do Oeste há diminuição no volume de leite produzido e
perdas na produção de silagem e de pastagens anuais.
Boa parte da
produção de feijão já foi colhida, porém cerca de 1,8 mil
toneladas poderão ser perdidas.
Chuvas em Santa
Catarina
Segundo a Secretaria
de Estado da Defesa Civil o número de pessoas atingidas pelo excesso
de chuvas em Santa Catarina chega a 28.818 em 90 municípios.
Conforme a previsão do tempo da Epagri/Ciram o mau tempo segue até
a quinta-feira (8).
As equipes da Defesa
Civil estadual, com as unidades municipais e outros órgãos como os
batalhões dos bombeiros, estão trabalhando constantemente em
atendimento às situações de emergência. Para acionar a unidade
municipal da Defesa Civil, basta ligar para a central 199.
Informações
adicionais:
Secretaria de Estado
da Agricultura e da Pesca
imprensa@agricultura.sc.gov.br